João Linhares Barbosa
*
Lá porque tens cinco pedras
Num anel de estimação
Agora falas comigo
Com cinco pedras na mão
*
Enquanto nesses brilhantes
Tens soberba e tens vaidade,
Eu tenho as pedras da rua
Para passear à vontade
*
Pobre de mim não sabia
Que o teu olhar sedutor
Não errava a pontaria
Como a pedra do pastor
*
Mas não passes sorridente
Ao lardear satisfeito,
Pois hei-de chamar-te à pedra
Pelo mal que me tens feito
*
E hás-de ficar convencido
Da afirmação consagrada:
Quem tem telhados de vidro
Não deve andar à pedrada