Eu soube num sonho
Que aí com Simão
Jantáveis oh Cristo
De faces radiosas
E trago-vos bálsamos
Trago-vos rosas
E trago mil beijos
De límpida unção
*
Deixai que estas lágrimas
Tão dolorosas
Vos verta nos pés
Que iluminam o chão
Esses pés de marfim
Que me enchem
De Santa e fermente paixão
E lembram as bases
Do meigo jasmim
*
Quero eterno amor
Quero eterno amor
O amor sem vergonha
Sem treva e sem fim
Sem treva e sem fim
Jesus Nazareno
Meu Sol, meu Senhor
Jesus Nazareno
Meu Sol, meu Senhor
*
Oh Cristo!!!
E deixai que esses pés vos alague
De prantos assim
Talvez que este choro
Os meus crimes apague
Talvez que esta dor
Meus remorsos esmague
Talvez que esta angustia
Me faça um jardim
*
Que eu chore
Que eu gema
Numa dor sem fim
Aos pés de quem fez
Da virtude um poema
Da virtude um poema
Deixai que eu enxugue
Com estes cabelos
Os pés já banhados
Por dor tão suprema
*
E bálsamos verta
Talvez porque tema
Que os prantos vos firam
Os pés com seus gelos
Com sua postema
E amarga paixão
Oh Cristo!!!
Oh Vidente!!!
De meigos anelos
Jesus Nazareno
Perdão e perdão