Grazie Flavio Galvan al testo in italiano * Remercier Susana Metello le texte français



terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Meu limão de amargura

Ary dos Santos

Alain Oulman

*

Meu amor, meu amor

Meu corpo em movimento

Minha voz à procura

Do seu próprio lamento

*

Meu limão de amargura

Meu punhal a crescer

Nós parámos o tempo

Não sabemos morrer

*

E nascemos, nascemos

Do nosso entristecer

*

Meu amor, meu amor

Meu pássaro cinzento

A chorar a lonjura

Do nosso afastamento

*

Meu amor, meu amor

Meu nó de sofrimento

Minha mó de ternura

Minha nau de tormento

*

Este mar não tem cura

Este céu não tem ar

Nós parámos o vento

Não sabemos nadar

*

E morremos, morremos

Devagar, devagar