Ary dos Santos
Alain Oulman
*
Meu amor, meu amor
Meu corpo em movimento
Minha voz à procura
Do seu próprio lamento
*
Meu limão de amargura
Meu punhal a crescer
Nós parámos o tempo
Não sabemos morrer
*
E nascemos, nascemos
Do nosso entristecer
*
Meu amor, meu amor
Meu pássaro cinzento
A chorar a lonjura
Do nosso afastamento
*
Meu amor, meu amor
Meu nó de sofrimento
Minha mó de ternura
Minha nau de tormento
*
Este mar não tem cura
Este céu não tem ar
Nós parámos o vento
Não sabemos nadar
*
E morremos, morremos
Devagar, devagar