Autor: Alberto Janes
*
Quem julga que são rosas
as pedras do meu caminho
Não sabe que encontrei
sempre nas rosas que me deram
Perfumes que ao fugir,
me deixaram espinhos
Dos olhos me caiu
o sangue que fizeram
*
Porque o perfume
é passageiro, é fugaz
Como o lume que nos faz
mais frio na cinza arrefecida
E os espinhos
numa ferida que magoa
A alma de uma pessoa
duram tanto como a vida
*
Quisera como dantes
saber rir em gargalhadas
Tão ricas que no ar
ganhassem formas esculpidas
Porém no sol da vida
há nuvens que paradas
Enchem de sombras negras
a luz de certas vidas
*
E quando canto
todos vêem com certeza
Na minha vida a beleza
dum sonho que quer vingar
Mas ninguém pode
dar vida a um sonho belo
É construir um castelo
que é todo feito no ar