Grazie Flavio Galvan al testo in italiano * Remercier Susana Metello le texte français



sexta-feira, 30 de março de 2012

Aves agoirentas

Autores: David Mourão-Ferreira / Alain Oulman

*

Andam aves agoirentas

Quase a rasarem o chão

Nunca dizendo que sim

Dizendo sempre que não

*

Mas não tenho mão em mim

Que importa a voz da razão

E vou sempre ter contigo

Embora que digam que não

*

Os presságios do destino

Ao pé de ti, nada são

Rendição sem condições

Eis a minha rendição

*

Mais febris e mais violentas

São as horas da paixão

Quanto maiores as tormentas

Que andarem no coração

*

Nos teus olhos, há clarões

Da luz que os desejos dão

E das aves agoirentas

Ficam penas pelo chão