Pedro Homem de Mello
Alain Oulman
*
Vim morrer a Gondarém
Pátria de contrabandistas
A farda dos bandoleiros
Não consinto que ma vistas
*
Numa banda a Espanha morta
Noutra Portugal sombrio
Entre ambos galopa um rio
Que não pára à minha porta
E grito, grito: Acudi-me
Ganhei dor, busquei prazer
E sinto que vou morrer
Na própria pátria do crime
*
Vim morrer a Gondarém
Pátria de contrabandistas
A farda dos bandoleiros
Não consinto que ma vistas
*
Por mor de aprender o vira
Fui traído, mas por fim
Sei hoje que era mentira
Que então chamava por mim
Nada haverá que me acoite
Meu amor, meu inimigo
E aceito das mãos da noite
A memória do castigo
*
Vim morrer a Gondarém
Pátria de contrabandistas
A farda dos bandoleiros
Não consinto que ma vistas