Autores: João Nobre / Silva Tavares
No céu da minha rua
Da Alfama não chama
Nem prende as atenções
Às vezes nem a Lua
Lá mora, embora
Lá cheguem seus clarões
Mutilados há telhados
Que se abraçam fraternais
E o céu da minha rua
Recua, amua
Limita-se aos beirais
*
Com Alfama o céu não rima
Porque sempre o céu é pouco
Quando olhamos lá pra cima
Mas o céu não nega o troco
Cá embaixo a quem se estima
Vai daí ser voz corrente
Que em Alfama toda a gente
Traz o céu no coração
É feliz por natureza
Ninguém pede mais riqueza
Que saúde, amor e pão!